Como é o preparo dos tanques de engorda através da desinfecção? Parte 2

Essa preparação envolve as seguintes etapas: esvaziamento, desinfecção, calagem, enchimento, adubação e povoamento

Desinfecção.

A desinfecção refere-se ao processo que deve ocorrer após o esvaziamento, com o objetivo de eliminar eventuais agentes que possam representar potenciais fontes causadoras de problemas sanitários na próxima remessa de peixes juvenis a ser colocada no tanque. Podemos citar agentes causadores de doenças que eventualmente possam ter surgido no tanque durante a engorda anterior, tais como fungos, vermes e bactérias; filhotes de animais aquáticos indesejáveis, como rãs, sapos e outros peixes; odonata (larva da libélula); resíduos de alimentos e excrementos de peixes, entre outros, explica o Prof. Dr. Giovanni Resende de Oliveira, do Curso CPT Produção De Tilápias Em Tanques Escavados,

O processo de desinfecção pode ser natural ou químico.

No método natural, o tanque deve permanecer totalmente vazio e exposto ao sol por um período de três a sete dias, enquanto que, pelo processo químico, será necessário aplicar cal, virgem ou hidratada.

A desinfecção natural deve ser preferida sempre que for possível esgotar completamente o tanque e houver sol. Já a desinfecção química deve ser realizada quando, por qualquer razão, não for possível drenar toda a água do tanque, e poças estiverem presentes em seu interior. Isso pode ocorrer quando o preparo do tanque coincidir com períodos prolongados de céu nublado e, eventualmente, ocorrência de chuva prolongada, ou seja, quando não for possível expor ao sol o solo do fundo do tanque.

Caso seja possível drenar a água do tanque e, mesmo assim, restarem poças d'água maiores em vários pontos, é viável utilizar os dois processos de desinfecção: físico para as áreas sem água e químico para as manchas úmidas.

A incidência dos raios solares resultará na secagem do tanque, levando à morte da grande maioria dos organismos patógenos eventualmente presentes.

Além disso, a desinfecção física apresenta a vantagem de possibilitar a penetração do ar atmosférico nas rachaduras que normalmente se formam no fundo dos tanques quando expostos ao sol. Isso resulta em uma maior mineralização da matéria orgânica, deixando os nutrientes livres para serem utilizados na formação do plâncton quando o tanque estiver novamente cheio de água.

A desinfecção química é realizada com a aplicação de cal, seja virgem ou hidratada, na dose de 1.000 kg/ha a 1.500 kg/ha de área alagada, bem espalhados nas áreas úmidas. Caso seja realizada uma desinfecção mista, é necessário estimar a dimensão correspondente às áreas úmidas e, com base nesse valor, calcular a quantidade de cal que deve ser aplicada nesses locais.

É importante enfatizar que a cal é um produto agressivo para a pele, mucosas e olhos do ser humano. Portanto, para sua aplicação, é necessário utilizar EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), que incluem botas de borracha, calça comprida, camisa de manga comprida, luvas sintéticas longas, máscara de pó e óculos de proteção.

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Por: Thiago de Faria