Fertilização de peixes. Onde e em que momento fazer?

A fertilização deve ser realizada antes do povoamento dos viveiros com alevinos, a fim de garantir um fornecimento adequado de alimento às diferentes fases dos peixes

Fertilização de peixes. Onde e em que momento fazer?

Em qualquer empreendimento de piscicultura, um dos aspectos mais importantes para garantir o sucesso da criação de peixes é o manejo eficaz dos viveiros. Um dos aspectos essenciais desse manejo é a fertilização, uma prática que visa estimular a produção de alimentos naturais para os peixes, como parte da cadeia alimentar aquática.


"Isso é alcançado ao promover o crescimento do fitoplâncton, a base da cadeia alimentar aquática, responsável pela produção primária nos viveiros", explica Giovanni Resende de Oliveira, professor do Curso CPT de Nutrição e Alimentação de Peixes.

A fertilização desempenha um papel crítico, especialmente quando se cria peixes filtradores, que têm a capacidade de se alimentar de microrganismos, como fitoplâncton e zooplâncton, filtrando a água dos viveiros. Ao aumentar a disponibilidade de microrganismos como alimento, é possível reduzir a quantidade de ração balanceada necessária para alimentar os peixes. Isso se traduz em redução dos custos de produção, uma vez que a ração costuma ser um dos itens mais dispendiosos na piscicultura.

É importante destacar que a fertilização deve ser realizada antes do povoamento dos viveiros com alevinos, a fim de garantir um fornecimento adequado de alimento para atender às diferentes fases de desenvolvimento dos peixes.

A fertilização dos viveiros pode ser feita de duas maneiras: adubação química ou adubação orgânica. Na adubação orgânica, compostos vegetais e esterco seco (curtido) de animais domésticos ricos em nutrientes como nitrogênio, fósforo e micronutrientes são utilizados. No entanto, é fundamental controlar tanto a quantidade como a qualidade do adubo orgânico aplicado nos viveiros, uma vez que seu processo de decomposição afeta os níveis de oxigênio disponíveis para os peixes e outros organismos nos viveiros.

A primeira adubação orgânica é crucial e deve ocorrer a cada sete dias após a calagem. O esterco deve ser distribuído uniformemente no fundo do tanque vazio ou sobre a superfície da água, se o tanque já estiver cheio. É importante aplicar uma dose mais substancial do composto orgânico na primeira adubação, a fim de promover uma liberação mais gradual de nutrientes. Além disso, em viveiros recém-construídos, contribuirá para impermeabilizar o fundo e as paredes do tanque.

No caso da adubação química, os adubos mais utilizados são o sulfato de amônia para fornecer nitrogênio e superfosfatos simples e triplos para o fósforo.

A recomendação para a adubação química é a seguinte:


- Adubação inicial: aplicar cerca de 200 kg de sulfato de amônia por hectare de área alagada;
- Adubação de manutenção: consiste em 150 kg de superfosfato triplo por hectare de área alagada, aplicados em quatro doses, sendo a primeira dose de 75 kg realizada sete dias após a adubação inicial, seguida de três doses de 25 kg, com intervalos de 15 dias entre elas.

Independentemente do método de fertilização escolhido, é crucial monitorar a ocorrência de situações que podem indicar a falta de oxigênio na água, o que pode levar à mortalidade dos peixes.

Em resumo, a fertilização eficaz é um componente fundamental para a piscicultura bem-sucedida. A adoção de práticas adequadas de fertilização pode não apenas aumentar a produção de alimentos naturais nos viveiros, mas também reduzir os custos de produção.


Se você deseja obter o máximo de benefícios em sua empreitada na piscicultura, esteja ciente das práticas de fertilização e busque capacitação profissional para otimizar seus resultados.


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Por Silvana Teixeira.

Silvana Teixeira 18-10-2023

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