Quais informações são importantes sobre a alimentação de alevinos?

O fornecimento de uma alimentação adequada pode garantir redução nos custos e aumento nos lucros com a criação de peixes

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Manuel Braz, um dos professores do Curso CPT Produção de Alevinos, destaca que a alevinagem é uma fase de vida dos peixes que possui grande relevância para a piscicultura e é ocupa um grande número de criações, que estão espalhadas por todas as regiões do nosso país.

No entanto, apesar de parecer fácil, a criação de alevinos envolve uma série de cuidados aos quais o piscicultor precisa estar atento. Todo criador já sabe que a alimentação é o principal fator de custo na produção de peixes. Por isso, conhecer e entender muito bem tudo o que está relacionado à nutrição desses animais pode proporcionar uma redução nos custos e, consequentemente, melhores lucros.

Como funciona a alimentação dos alevinos?

Com o objetivo de garantir alevinos sempre saudáveis e com o crescimento acelerado, é necessário que eles recebam alimentação correta, seja a nível nutricional, seja na quantidade e seja na frequência necessária. Contudo, não só a composição da ração precisa ser observada, como também o tamanho, para que os alevinos consigam ingeri-la adequadamente.

- Qual a ração recomendada para os alevinos?

Há três tamanhos dos grãos, que são indicados de acordo com o peso na fase de crescimento:

i. Quando os alevinos pesarem até 1g, a concentração de proteína bruta deve ser de 45 a 50% do peso bruto dos animais e a ração deve ser oferecida em pó;
ii. Quando os alevinos pesarem de 1g a 20g, a concentração de proteína bruta deve ser de 40 a 45% do peso bruto dos animais e o grão pode variar em tamanho de 0,5mm a 1,5mm;
iii. Quando os alevinos pesarem de 20g a 50g, a concentração deve ser a mesa da ração anterior e o grão pode variar em tamanho de 1,5mm a 2,5mm.

- Qual a quantidade de ração devo oferecer para os alevinos?

É importante saber que a quantidade de ração oferecida também varia, a partir da fase de crescimento em que os alevinos se encontram e da proporção do próprio peso do animal. Além disso, o apetite e as condições da água do viveiro também são fatores a serem considerados.

Por exemplo, os alevinos de tilápia que pesam de 1g a 20g, com taxa de alimentação de 6% a 10% devem receber de 5 a 6 refeições por dia, ao passo que os alvinos de peixes redondos devem receber de 4 a 5. Para que seja possível determinar o número de refeições, a quantidade de peixes e o peso final desejado em cada fase de crescimento são determinantes.

- Exemplo de cálculo de consumo diário de ração e da quantidade de ração por refeição

-> Consumo diário de ração = quantidade de peixes x peso médio x taxa de alimentação

-> Quantidade de ração por refeição = consumo diário de ração / número de refeições

Fornecendo a alimentação aos alevinos

Algumas informações são úteis para a hora de alimentar os alevinos:

- Em primeiro lugar, os piscicultores precisam saber que há alguns aspectos que influenciam no apetite dos peixes e no aproveitamento da ração, como a temperatura e a concentração de oxigênio na água. Logo, quando um desses dois indicadores estiverem fora da faixa considerada ideal, o fornecimento de ração deve ser reduzido na quantidade ou até suspenso.

- Para que os peixes criem o hábito de se alimentarem bem, o criador precisa escolher um lugar para realizar a alimentação e, de forma contínua, deve oferecê-las sempre no mesmo local. Áreas mais rasas são desaconselhadas.

- Uma boa estratégia para atrair os peixes é depositar um pouco de ração no local “combinado”, fazendo com que eles venham até ele.

- Ao perceber que eles estão comendo-a, comece a despejar o restante de forma rápida para evitar que somente alguns peixes se alimentem. Todos os dias, a quantidade oferecida precisa ser anotada.

Conheça os Cursos CPT da Área Criação de Peixes:

Produção de Alevinos
Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura
Nutrição e Alimentação de Peixes

Fonte: RURAL, Serviço Nacional de Aprendizagem. Piscicultura: manejo da produção de peixes em viveiros. / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. – Brasília: SENAR, 2017. 120 p.; il.
por Renato Rodrigues