O que observar na realização da despesca dos camarões marinhos?

Todo o processo da despesca tem que ser bem planejado e cuidadoso para evitar que os camarões produzidos percam a qualidade

Camarões na rede - imagem ilustrativa

Antonio Ostrensky, um dos professores do Curso CPT Cultivo de Camarões Marinhos, destaca que a produção de camarões marinhos, em ambiente de cultivo, vem crescendo muito nos últimos anos. Isto ocorre, visando atender à crescente demanda de mercado mundial, por este produto.

É importante saber que, ao longo da criação de camarões marinhos, há um grande número de etapas importantes pelas quais o produtor deve passar para completar o ciclo de vida dos camarões até que chegue o momento de comercializá-los, a exemplo da larvicultura e da engorda.

Já ao final da criação, quando os camarões já passaram pelo processo de engorda e estão com peso ideal para abate e venda, há a despesca, isto é, a retirada dos indivíduos da água para seguir à comercialização. Deve-se entender que ela se inicia a partir do momento em que o produtor toma a decisão de despescar os camarões e que não é tão simples quanto parece.

Toda a despesca precisa ser minuciosa e bem planejada para que a biomassa seja garantida ao máximo e para que o produto seja de qualidade. Nesse contexto, apresentamos o que deve ser observado ao realizar esse processo:

Primeiros passos

Em primeiro lugar, afirma-se que há um momento considerado ideal para realizar a despesca. Recomenda-se que ela seja realizar a noite, haja vista que isso evitará o estresse térmico dos camarões – o que compromete a qualidade – e o comportamento do enterramento, que dificulta o processo.

Destino da água de despesca

Para atender às resoluções do CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente, os criadores de camarão, conhecidos como carcinicultores, têm que possuir lagoas de decantação e sistemas que garantam a qualidade da água que sairá dos viveiros e irá diretamente para o meio ambiente.

Material necessário

Os produtores necessitarão de:
- Planilha e caneta para acompanhar o processo e realizar anotações;
- Metabissulfito de sódio;
- Gelo;
- Rede;
- Caixas para realizar o transporte dos camarões despescados

Preparação

Antes de realizá-la, com a realização de uma biometria, os camarões devem ser classificados e o estágio de muda adequado deve ser determinado, a partir da observação da textura da carapaça. É aconselhável observar a maré, para que a despesca ocorra, se possível, com a maré baixa.

A despesca

Ao constatar-se que os crustáceos atingiram o peso médio desejado para serem comercializados, então, a despesca deve ser iniciada. Baixar o nível da água do viveiro em 50% é o primeiro passo para a despesca, bem como procedimentos para deixar os tanques prontos para o processo.

É crucial prepara os tanques nos quais os camarões serão colocados para serem transportados. Para isso, utiliza-se o metabissulfito de sódio, componente que evitará o escurecimento do corpo dos indivíduos, proporcionando conservação da qualidade. Fique atento à legislação específica sobre o uso desse produto.

Já ao final da despesca, recolha os camarões da rede utilizada e imerja-os nos tanques com o metabissulfito e com o gelo por dois minutos. Depois disso, retire-os, pese-os e registre esses dados. Para finalizar, acondicione-os nas caixas de transporte e coloque-as nos caminhões, certificando-se de que haja gelo suficiente para que a temperatura das caixas esteja sempre abaixo de 2°C.  

 


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Fonte: RURAL, Serviço Nacional de Aprendizagem. Camarão marinho: preparação do viveiro, povoamento, manejo e despesca / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). — 1. ed. Brasília: SENAR, 2017.
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 24-01-2022

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