O professor do Curso CPT Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura, Giovanni Resende de Oliveira, destaca que pelo fato de o peixe ser considerado “a carne do futuro”, todos os piscicultores precisam se preocupar com a qualidade do seu pescado, o que torna essencial garantir um manejo sanitário adequado.
Ainda, falar em manejo sanitário significa falar em produtividade. Quando a sanidade dos peixes não está adequada, os efeitos são “sentidos” em efeito cascata: mesmo com o melhor manejo nutricional, e com excelentes características ambientais, os peixes não alcançarão a produtividade máxima e o produtor não obterá todo o lucro esperado com a comercialização desses animais.
Nesse contexto, priorizar a sanidade dos peixes criados está diretamente relacionado à redução da taxa de mortalidade e ao aumento nos índices de produtividade. E, então, quais são os pontos principais que têm que ser observados para garantir o melhor manejo sanitário? Confira alguns deles:
- Adequação da espécie ao ambiente
Cada espécie de peixe possui especificidades que precisam ser conhecidas antes de ser criada – em relação à qualidade da água e à alimentação, por exemplo. Por conta disso, desde que sejam adequadas a determinados ambientes, se tornam mais propensas a expressar ao máximo seu potencial produtivo.
- Evitar doenças na criação
Certamente, se o objetivo é garantir mais saúde aos peixes, evitar doenças deve ser o foco dos criadores. Muitos ainda encontram dificuldades para conseguir barrar a entrada de diferentes enfermidades nas criações, sendo necessário adotar uma série de medidas que sejam capazes de evitar esse problema. Serve para ilustrar esse ponto o fato de que, na aquisição dos peixes, o ideal é que o produtor se certifique de estar adquirindo-os de criadores certificados.
- Boas práticas de manejo
As boas práticas de manejo englobam um grande número de ações que devem ser adotadas na piscicultura para prevenir a ocorrência de doenças nos sistemas, servindo, também, para manter controlados os níveis das enfermidades que já existem neles.
- Imunidade
Melhorar a imunidade dos peixes significa investir em maior resistência às doenças, o que acarreta em uma criação mais sã. Algumas opções, como o uso de biorremediadores de ambiente, de vitamina C e de pré e probióticos, desempenham a função de fortalecimento do sistema imunológico das espécies criadas.
- Banhos profiláticos
Para realizar certos procedimentos a partir dos quais há manipulação dos peixes – a exemplo da despesca, da transferência de viveiros e da classificação –, um banho profilático, muito realizado com sal branco, pode ser eficiente para que se diminua o risco de infecções nas lesões que são geradas neles.
- Desinfecção dos equipamentos
Todos os equipamentos que são utilizados no manejo diário dos peixes demandam desinfecção diária. Redes, puças, baldes e quaisquer outros materiais não podem ser compartilhados entre os viveiros, salvo quando a desinfecção é realizada. Detergentes e água sanitária são exemplos de produtos que podem ser empregados com essa finalidade.
- Biossegurança
Manter a biossegurança significa evitar que agentes causadores de doenças sejam introduzidos nos viveiros de criação. Isso pode ser conseguido com o controle de pessoas que têm acesso a eles, com o cercamento da área, com a utilização de pedilúvios e com a instalação de redes antipássaros.
- Conhecer as doenças
Há várias doenças que podem atacar as espécies criadas com objetivo comercial, dividindo-se em: doenças infecciosas, causadas por bactérias, vírus, fungos, entre outros; e doenças não infecciosas, resultado de causas ambientais e manejo nutricional inadequados. Conhecê-las é necessário para que, ao sinal de qualquer uma delas, o produtor consiga identificar e tratar da forma mais rápida possível.
Conheça os Cursos CPT da Área Criação de Peixes:
Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura
Nutrição e Alimentação de Peixes
Produção de Alevinos
Fonte: RURAL, Serviço Nacional de Aprendizagem. Piscicultura: manejo sanitário. / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. – Brasília: SENAR, 2017. 107 p.; il. – (Coleção SENAR)
por Renato Rodrigues