De que forma devo realizar a despesca para a comercialização de peixes?

A despesca também é considerada um estágio do manejo dos peixes e não pode ser negligenciada

Despesca de peixes - imagem ilustrativa

A comercialização é a etapa final da criação de peixes e é a partir dela que o produtor consegue avaliar o resultado da sua atividade. Entretanto, antes de chegar a ela, o último processo de manejo dos peixes é a despesca, que precisa ser realizada com cautela para garantir a qualidade do produto.

Giovanni Resende de Oliveira, professor do Curso CPT Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura, destaca que, ainda que os peixes já estejam teoricamente “prontos”, nesse último estágio todo cuidado é pouco para garantir que eles sejam vendidos em sua melhor forma.

Por conta disso, toda a despesca precisa ser planejada. Como? Fique atento:

- Comportamento dos peixes

A despesca nada mais é do que a retirada dos peixes do tanque de criação. Durante essa ação, é comum que as várias espécies se comportem de forma diferente: por exemplo, enquanto os peixes redondos aceitam a captura mais facilmente, as tilápias demandam mais esforço por parte dos piscicultores.

- Preparação para a despesca

Antes, contudo, o ideal é que os peixes passem por um jejum mínimo de 48h. Essa medida visa garantir melhor conservação do pescado e menor contaminação durante o processamento. No entanto, peixes com hábito alimentar carnívoro não devem passar por um jejum tão extenso, isto é, recomenda-se que fiquem, no máximo, 12 horas em jejum.

- Drenagem do viveiro ou do açude

Algumas espécies exigem drenagem da água para que a despesca possa ser executada de forma otimizada. Nesses casos, a drenagem precisa ser iniciada na véspera da despesca e todo o processo precisa ser acompanhado de perto, evitando, assim, que o nível da água do local de criação fique abaixo do necessário.

- Materiais

Para, enfim, realizar a despesca, alguns materiais essenciais devem ser reunidos pelo piscicultor: rede de captura, estacas de madeira ou aço, dois puçás, caixas plásticas ou sacos plásticos e balança digital.

- Realizando a despesca

Depois de todas essas informações, é chegada a hora de colocar a mão na água. Primeiro, indica-se que se faça, lentamente, um cerco aos peixes, utilizando uma rede de tecido multifilamento sem nós de malha de 30 a 50mm, a depender do tamanho dos peixes que serão capturados. Feito, as estacas de madeira ou aço devem ser utilizadas para sustentar o cerco da rede. Ao final da despesca, retira-se os peixes cercados.

- Pós-despesca

Alguns procedimentos são importantes para a pós-despesca, como a pesagem dos peixes. A balança tem que ser posicionada corretamente, e os peixes, pesados. Essa tarefa pode ser feita com os animais em caixas ou em sacos.

- Acondicionamento para a venda

De acordo com a forma de comercialização – fresco, vivo ou congelado, por exemplo –, os produtos são acondicionados para que sejam transportados até o local de venda, como supermercados, frigoríficos e peixarias. A realização do transporte precisa, antes, de ser regulamentada.

Vendi os meus peixes, e agora?

Ao final de todo o processo, quando os peixes são, de fato, vendidos, é extremamente aconselhável realizar um balanço da venda, ou seja, anotar toda a receita obtida, com a finalidade de realizar o cálculo do lucro ao final de cada ciclo produtivo.

 


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Fonte: RURAL, Serviço Nacional de Aprendizagem. Piscicultura: manejo da produção de peixes em viveiros. / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. – Brasília: SENAR, 2017. 120 p.; il.
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 27-08-2021

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