Como garantir a biosseguridade na aquicultura?

Evitar a introdução e disseminação de agentes patógenos garante a biosseguridade da criação de organismos aquáticos

Peixe - imagem meramente ilustrativa

Giovanni Resende de Oliveira, professor do Curso CPT Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura, destaca que os números apresentados pela aquicultura nos últimos anos têm comprovado a importância dessa atividade e suas ramificações para o nosso país, o que a torna promissora.

Além de peixes, camarões, rãs, ostras, algas e quaisquer outros organismos aquáticos podem ser cultivados em nosso país, que apresenta condições favoráveis à aquicultura. Soma-se a isso o fato de que há boa demanda no mercado para esse tipo de produto e facilidade na aquisição de insumos.

No entanto, ao iniciar um projeto de aquicultura, o ideal é que o aquicultor se faça a pergunta: “quais riscos podem prejudicar a minha produção?”, haja vista que a implementação de um projeto desse tipo envolve um grande número de desafios que deverão ser enfrentados para que se obtenha os resultados esperados.

Nesse contexto, está a preocupação com a biosseguridade:

O que significa biosseguridade?

Garantir a biosseguridade de uma atividade significa investir em ações e medidas que tenham como principal objetivo evitar a introdução e disseminação de doenças na criação, garantindo a saúde e o bem-estar dos animais, bem como a qualidade do produto. A negligência em relação a esse aspecto pode, na aquicultura, representar a morte de toda a criação e, consequentemente, proporcionar um grande prejuízo aos criadores.

Vias de introdução de doenças

Se o objetivo é evitar que patógenos entrem e se propaguem nas criações aquícolas, a observação das vias de introdução:

- Transporte de peixes

Durante o transporte, caso não sejam respeitadas as condições ideais de realização, os peixes podem entrar em contato com outros peixes doentes ou até mesmo podem ser transportados em locais que não foram devidamente higienizados.

- Água de abastecimento

A água que é utilizada para abastecer os criatórios pode carregar consigo doenças e microrganismos nocivos. Por conta disso, certifique-se sobre a origem da água de abastecimento.

- Instalações e estruturas

Quando concebidas sem orientação profissional ou quando não recebem os devidos cuidados, as instalações e as estruturas também contribuem para que a biosseguridade não seja garantida.

- Equipamentos e veículos

Os equipamentos utilizados para o manejo em tanques diferentes, por exemplo, têm que ser higienizados antes. Da mesma forma, veículos empregados na rotina da propriedade e até aqueles alheios – que trazem insumos, por exemplo – podem se configurar como disseminadores de agentes patogênicos.

- Vetores

Outros animais, como pássaros, ao entrar em contato com a água ou ao visitarem o entorno das instalações, possuem o potencial para transmitir microrganismos nocivos aos organismos aquáticos.

- Pessoas

Por fim, todos os profissionais envolvidos no manejo da piscicultura e todas as pessoas alheias aos cuidados que, porventura, acessem os locais de criação são outra preocupação, devendo-se evitar ao máximo o segundo caso e, com relação ao primeiro, fazer seguir as orientações de higienização pessoal e das vestimentas.

É importante mencionar que cada propriedade pode possuir, ainda, outros fatores de risco que sejam específicos, de acordo com a categoria de produção, aspecto que reafirma a necessidade de o produtor estabelecer medidas eficazes para privilegiar a biosseguridade e, consequentemente, o sucesso do seu empreendimento.

 


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Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura
Nutrição e Alimentação de Peixes
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Fonte: Peixe BR – Associação Brasileira da Piscicultura – peixebr.com.br
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 30-11-2021

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