O professor do Curso CPT Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura, Giovanni Resende de Oliveira, destaca que a criação de peixes pode utilizar tanto açudes quanto viveiros escavados e até tanques-rede, mas, independentemente da escolha, é essencial que esses locais favoreçam o manejo dos animais.
Na piscicultura, o ideal é que o ambiente aquático favoreça a espécie de peixe cultivada e que contribua para o sucesso da atividade. E, mais do que a qualidade da água utilizada, as dimensões do local de criação também exercem influência em todo o ciclo produtivo do empreendimento.
Nesse contexto, antes de que um viveiro ou de que um açude receba os peixes para criação, é necessário calcular o tamanho desse ambiente, dado que permitirá definir a quantidade de peixes que podem ser criados sem que a produtividade deles seja comprometida.
E, então como calcular a área dos viveiros ou açude?
Haja vista que há vários formatos de viveiros, sejam eles regulares ou irregulares, há, também, várias formas de calcular a área deles. Por exemplo:
- Viveiros com formato quadrado ou retangular
Nesse tipo de formato que é considerado regular, a área do viveiro será obtida a partir da multiplicação das medidas de duas laterais. Quando o viveiro é quadrado, basta multiplicar uma medida por ela mesma; ao passo que, quando ele é retangular, utiliza-se para o cálculo a lateral maior e a menor.
- Açudes com formato irregular
Nesse caso específico, quando o ambiente não forma uma figura geométrica perfeita, o comprimento do aterro, açude ou barragem precisa ser medido, igual a distância da cabeceira até o aterro. Esses resultados devem ser multiplicados e o valor obtido, dividido por 2:
Área do açude = (comprimento x distância) / 2
Por que é importante saber as medidas do ambiente de criação?
Como mencionado, a partir do cálculo, é possível determinar qual a quantidade ideal de peixes que podem ser criados em um viveiro ou açude. No entanto, esse número também varia de acordo com a qualidade da água – principalmente o pH e o oxigênio dissolvido, a quantidade de resíduos depositados e a troca de água ou sistema artificial de oxigenação.
Logo, os locais utilizados para a criação de peixes podem apresentar capacidade de estocagem diferentes, a depender da fase de crescimento em que os peixes se encontram. Por exemplo:
- Quando não se faz uso de aerador e a água não é trocada, apenas reposta, a produtividade em quilos por 1000m² de alevinagem pode estar entre 100 a 120;
- Quando o aerador é utilizados e há 5 a 10% de troca de água ao dia, a produtividade desse mesmo grupo de peixes pode saltar para 200 e chegar a até 350.
Contudo, o piscicultor precisa ter em mente que, em muitos casos, será necessária a ajuda de um técnico especializado. No caso das pisciculturas que utilizam a renovação de água, o efluente precisa ser tratado antes de ser direcionado ao corpo hídrico receptor.
Calculando a quantidade de peixes a ser produzida
De acordo com a variação exemplificada no tópico anterior, fica fácil perceber que o cálculo da quantidade de peixes depende, além do cálculo da área, da definição dessa produtividade e do cálculo do peso total dos peixes, que é obtido a partir da multiplicação da área do viveiro pela produtividade por área.
Par a alevinagem, para a recria e para a engorda, é óbvio dizer que os cálculos da quantidade de peixes são diferentes entre si, cabendo ao piscicultor realizá-los a partir dos dados que a sua atividade produz. Também, a definição do peso dos peixes ao final do ciclo precisa ser feita a partir de cada uma das fases da vida dos peixes – citadas no parágrafo anterior.
Conheça os Cursos CPT da Área Criação de Peixes:
Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura
Nutrição e Alimentação de Peixes
Produção de Alevinos
Fonte: RURAL, Serviço Nacional de Aprendizagem. Piscicultura: manejo da produção de peixes em viveiros. / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. – Brasília: SENAR, 2017. 120 p.; il.
por Renato Rodrigues